quinta-feira, 30 de outubro de 2008
A Dama da Rocha
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
Ligação: Amor
terça-feira, 14 de outubro de 2008
Perfume do teu amor
Cheirava a rosas, cheirava a frutos silvestres, cheirava a doces, cheirava a terra depois da chuva, cheirava a floresta, cheirava ao mar, cheirava à areia, cheira ao Paraíso, cheirava... cheirava... cheirava..., mas deixou de cheirar.
Deixou de cheirar todas as manhãs de Inverno, deixou de cheirar todas as manhãs de Primavera, deixou de cheirar todas manhãs de Verão, deixou de cheirar todas as manhãs de Outono. Culpa minha? Culpa tua? A culpa não é de ninguém!
O ciclo da vida é assim! Estava na hora de te juntares aos teus familiares que também partiram. Em breve também farei essa viagem. Como sinto falta do teu cheiro. Cheiro que durante uma vida nunca me faltou desde que estou contigo. Agora foste exalar esse cheiro para outro lado. Tenho esperança de o voltar a cheirar novamente o teu perfume.
No dia do teu funeral, lá estavas tu a exalar esse cheiro. Tiveste uma vida digna. Todos à tua volta choravam e tu... tu sorrias e perfumavas a capela. Até hoje, quando visitava o teu jazigo, as flores que lá nasceram tinham o teu perfume. Consolava-me a alma.
Agora estou aqui deitado. Sinto que a morte se aproxima.
Sinto, porque sinto o teu cheiro. Tenho a certeza que me vens buscar para perto de ti, para voltar a sentir o teu perfume. Estou a abandonar o meu corpo. O teu cheiro é perceptível. Posso ver-te, posso sentir-te, posso cheirar-te. Parto com alegria, por saber que os nossos filhos possuem a essência desse teu perfume dentro deles.
Vou poder descansar agora, com o perfume do teu Amor.
segunda-feira, 13 de outubro de 2008
A maldição do tesouro pirata
Acho muito relaxante descer a encosta que leva até à praia. Lá fico deitado a olhar as estrelas e a lua. Fico horas a olhar e a imaginar o universo. Quem terá feito aquilo? Não acredio que tenha sido obra do acaso, é impossível.
Naquela praia ouvi muitas histórias, de como os habitantes pilhavam os navios que vinham da India com os tesouros fabulosos. Ao invés de colocarem as fogeiras que orientavam os navios no nevoeio perto da costa, colocavam afastada da costa de modo a que estes encalhassem nas rochas e podessem assaltar o navio.
O meu avô contou-me que certa vez um navio encalhou, mas não era um navio qulquer. Era um navio fantasma. Quando os homens invadiram o navio, não encontraram ninguém. Procuraram no seu interior os tesouros e encontraram um baú.
No baú dizia para que não abrissem, pois libertariam uma maldição. Mas a ganância falou mais alto e então, a aldeia ficou assombrada pelos espírtos dos piratas que estavam aprisionados no baú.
Todos pensavam que estavam condenados.
Até um dos fantasmas dos piratas se apaixonou por uma das jovens que ali vivia. A jovem também se apaixonou por ele. No entanto o amor de ambos era separado pela morte.
Ambos queria ficar juntos para sempre. Até o amor da jovem fê-la cometer o suicídio. O pirata ficou triste, porque apesar de que queria a ter com ele, não queria que ela abdicasse da sua vida.
O que se passou então foi imcompreensivel. Todos os outros fantasmas eram sugados de volta para o baú. Apenas os fantasmas enamorados ficaram ali.
Até hoje ninguém percebeu o que se passou.
Eu tenho a minha versão. É possível que quando ele assimiu que não queria que a jovem sacríficasse a sua vida por ele, apesar de ser a sua vontade, quebrou o elo de maldição que o prendia à sua ganância. Assim, porque ele rejeitou os seus sentimentos e a jovem se sacrificou pelo amor, criou uma força tão forte que libertou a aldeia daquela maldição.
O barco fora queimado juntamente com o ouro.
Contasse que até hoje o tesouro está submersso nas águas que banham o mar da aldeia.
Para mim o maior tesouro que está naquelas águas é o reflexo d céu à noite.
Dança à Lua
Como sempre os seus amigos iam para os bares ver as danças do ventre. Chegavam sempre embriagados ao acampamento. Gabriel, por sua vez, limitava-se a observar as estrelas do deserto e a escrever no seu diário de viagem.
Certa noite decidiu deixar o acampamento e caminhar na cidade. Não entrou em nenhum bar, apenas se limitou a vagear pelas ruas tortuosas. À noite a cidade nem parecia a mesma. As tendas dos vendedores estavam recolhidas e o único som era o do vento quente a passar pelas ruas.
O silêncio foi quebrado. Baixinho começou a ouvir um suave murmurar. De onde viria aquele doce murmurio? Começou a seguir o som para ver a onde o levava.
Numa das ruas, no final, pode ver uma jovem que ensaiava uma dança na varanda. Era uma jovem morena de olhos verdes esmeralda que dançava uma dança do véu. Uma dança nupcial.
Gabriel sentou-se num dos caixotes vazios a ver a bela jovem que rodopiava e se curvava como uma folha ao vento. A meia luz das velas acessas no interior da casa debaixo do céu de lua cheia estrelado dava um ar místico-romantico juntamente com o cheiro a jasmim que pairava no ar.
Nisto a jovem parou. Vira que Gabriel estava a vê-la. Ficou parada durante um tempo. Gabriel levantou-se e aproximou-se mais. Ela com desconfiança reiniciou a dança.
Durante algum tempo ela dançou para ele. Até que chegou um momento que ela parou de dançar novamente. Entrou em casa.
Gabriel baixou a cabeça e seguiu caminho. Nem teve tempo de saber o nome.
Enquanto caminhava debaixo da varanda, uma flor caiu aos seus pés. A flor era Jasmim.
Gabriel olhou para cima. Estava a jovem que enviava um beijo da palma da sua mão. Ele entendeu que ela se chamava Jasmim.
Quando chegou ao acampamento, pegou no seu diário de viagem e desenhou a jovem a dançar. Juntou na mesma página a flor para que nunca mais se esquece-se.